quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A correr

{com o devido desconto de uma generalização}
[Dizíamos que nós, tugas, temos um grande plano para a nossa vida. Achamos que as nossas decisões nos definem ad aeternum. Que quando escolhemos um percurso profissional é para a vida. Que é inquestionável perdermos um ano inteiro, como os estudantes nórdicos fazem - para passear, conhecer uma cultura diferente, arranjar um emprego para pagar a ousadia e a experiência. Nós, tugas, gostamos do nosso cantinho...]

E acho também que gostamos da sensação de estar a correr para algum lado, de estarmos encaminhados, de não termos que pensar bem no próximo passo. Corremos para entrar na faculdade. Para acabar o curso. Para arranjar emprego. Para escolher a especialidade. Para tantos outros projectos pessoais.
Corremos porque é a meta seguinte, o próximo passo, o caminho previsto e previsível.
Corremos às vezes sem saber porquê - apenas porque é suposto, mesmo que nem sequer pensemos a fundo nisso. Corremos para ali porque toda a gente corre, porque nos dizem que sim e, às vezes, convencem-nos.


[Parar para pensar. Para questionar as decisões.
Para pôr novas hipóteses.
Para ter o vazio. Para pensar que as opções são infinitas.
Para acreditar que se calhar somos capazes.
Como todos os outros , não é difícil.
Boas surpresas acontecem quando deixamos as portas abertas
e, com sorte, descobrimos o caminho que não sabíamos ter à nossa espera.]

Sem comentários: